Notícias

Reflexão para a Semana III da Quaresma (com vídeo)

Iniciativa do Serviço diocesano da Pastoral da Família, em cada semana um dos bispos da Diocese de Lisboa vai comentar o Evangelho do Domingo seguinte, numa preparação para a Quaresma deste ano. [ler +]

Reflexão para a Semana II da Quaresma (com vídeo)

Iniciativa do Serviço diocesano da Pastoral da Família, em cada semana um dos bispos da Diocese de Lisboa vai comentar o Evangelho do Domingo seguinte, numa preparação para a Quaresma deste ano.

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Reflexão para a Semana I da Quaresma (com vídeo)

Iniciativa do Serviço diocesano da Pastoral da Família, em cada semana um dos bispos da Diocese de Lisboa vai comentar o Evangelho do Domingo seguinte, numa preparação para a Quaresma deste ano.

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Primeiro Sábado – Março 2020

No dia 07 de Março, primeiro sábado do mês, venha fazer companhia a Nossa Senhora e rezar o terço no Primeiro sábado de cada mês antes da missa das 19h00.

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Quaresma 2020: Cardeal Patriarca apela à defesa dos mais frágeis “em todas as fases da vida”

O Cardeal Patriarca de Lisboa apelou na sua Mensagem para a Quaresma de 2020 à defesa dos mais frágeis, em “todas as fases da vida”, num momento em que o Parlamento abriu portas à legalização da eutanásia em Portugal. [ler +]

Folha Informativa 01-11-2020

Domingo XXXI do Tempo Comum (PDF)  TEXTO

Os Santos e as Santas de todos os tempos não são simplesmente símbolos, seres humanos distantes, inalcançáveis. São pessoas que viveram com os pés no chão; experimentaram a fadiga diária da existência com os seus sucessos e fracassos, encontrando no Senhor a força para se levantar sempre e continuar o caminho.

A santidade é uma meta que não pode ser alcançada apenas com as próprias forças, mas é o fruto da graça de Deus e da nossa resposta livre a ela. Portanto, a santidade é dom e chamada, é viver em plena comunhão com Deus, desde agora, durante esta peregrinação terrena.

Mas a santidade é também o caminho de plenitude que cada cristão é chamado a percorrer na fé, caminhando para a meta final: a comunhão definitiva com Deus na vida eterna. A santidade torna-se assim uma resposta ao dom de Deus, porque se manifesta como uma assunção de responsabilidade.

Nesta perspectiva é importante assumir um compromisso quotidiano de santificação nas condições, deveres e circunstâncias da nossa vida, procurando viver tudo com amor e caridade.

Papa Francisco, 2019

 

Pode alguém ser feliz sendo pobre?

Godzine, nos Salesianos

Andrea di Bartoli, Joaquim e Ana alimentando os pobres

Uma pergunta honesta, é certo, mas parte de dois pressupostos errados. 1. A felicidade é a meta da vida; 2. A pobreza é o rosto dos falhados.

O engano da felicidade
A literatura dedicada ao bem-estar pessoal e ao sucesso tem crescido imenso nos últimos anos. Todavia – diz Enzo Bianchi – a felicidade é um dos mitos mais perigosos da cultura ocidental porque ela é sempre um valor individual e, em casos extremos, a felicidade de um pode ser a infelicidade do outro.

No fundo, a felicidade é tida como um projecto individual de auto-realização (Pier Angelo Sequeri) que relega para segundo plano a vida das outras pessoas.

Esta ideia de felicidade está, infelizmente, presente na edição portuguesa da Bíblia.
Ao traduzir-se makarioi por felizes é como se fosse dito que Jesus, à semelhança de tantos outros, quer propor mais uma via da felicidade. É um equívoco.
Makarios quer dizer beato, bem-aventurado ou abençoado. Por outras palavras, Jesus quer introduzir-nos na dinâmica da graça de Deus, que se rege por critérios diferentes dos nossos. Para nós, um pobre é um falhado ou desgraçado (sem a graça). Para Deus, é um abençoado.
Mas, que tipo de pobre estamos a falar?

Pobres no espírito
O evangelista Mateus, quando comparado a Lucas, esclarece que se trata dos «pobres no espírito».
O pobre no espírito é, para o Antigo Testamento, o humilde e o pequeno diante de Deus. Já para o Novo Testamento é aquela pessoa que não gosta de se exibir, de se comparar aos outros, mas que com facilidade leva a toalha à cintura para servir os outros. Só assim compreendemos que Paulo tenha dito aos coríntios que «Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza».

O pobre vive sem falsidade e sem soberba no coração. Reconhece, por isso, que tudo quanto tem é dádiva. E, nada tendo, tudo tem.
Já nós, tendo tudo, muitas vezes não temos nada (daí o mito da felicidade).

Aos humildes, Jesus prometeu o reino e a comunhão com Deus. Mas quando virá o reino de Deus?
Cristo diz que «o Reino de Deus não vem de maneira ostensiva. Ninguém poderá afirmar: “Ei-lo aqui” ou “Ei-lo ali”, pois o Reino de Deus está entre vós».

Por outras palavras, o reino de Deus acontece sempre que Deus reina. E, para reinar, necessita da nossa pobre colaboração.
Agora sim compreendemos o sentido desta primeira bem-aventurança.
Os pobres no espírito são todos aqueles que têm a coragem de se descentrarem de si mesmos para colocarem Cristo e o Seu reino em primeiro lugar.
O papa Francisco diria que este é o tempo de «primeirear», de tomar a iniciativa de se envolver nas situações limite que causam repulsa a tantas pessoas.

Voltamos, portanto, à pergunta que nos levou até aqui. Pode alguém ser feliz sendo pobre?
Creio que sim. Mas é necessário darmos o sentido correcto à felicidade. Feliz – felix – é uma pessoa fecunda e a fecundidade é a abertura à vida do outro.
A felicidade não é, portanto, uma meta mas o reconhecimento que nós, pela graça de Deus, vivemos uma vida fecunda (felix) construindo o Reino de Deus.

 

A minha sede é a minha bem-aventurança

P. Tolentino Mendonça, 10ª meditação Quaresma, 2018

Antonello di Messina, Anunciação

As bem-aventuranças são mais do que uma lei, representando uma configuração da vida, um verdadeiro chamamento existencial.
Elas traçam a arte de ser aqui e agora, ao mesmo tempo que apontam para o tempo eterno após a morte, para o qual convergimos.

São igualmente o auto-retrato de Jesus mais exacto e fascinante, a chave da sua vida, pobre em espírito, manso e misericordioso, sedento e homem de paz, com fome de justiça e com a capacidade de acolher todos.

As bem-aventuranças são a imagem de si próprio que Ele incessantemente nos revela e imprime nos nossos corações.
Mas são também o seu retrato que nos deve servir de modelo no processo de transformação do nosso próprio rosto, no qual devemos aprofundar a “imagem e semelhança” espirituais que liga cada dia o nosso destino ao destino de Jesus.

Não a um cristianismo de sobrevivência
A sede de Deus é fazer com que a vida das suas criaturas seja uma vida de bem-aventurança. Como? Resgatando as nossas vidas com um amor e uma confiança incondicionais. É este o seu método, é esta a bem-aventurança que nos salva.

É este espanto do amor que nos faz começar de novo, esta sede que nos consegue arrancar do exílio a que fizemos aportar a nossa vida.
Por isso não nos basta um cristianismo de sobrevivência, nem um catolicismo de manutenção.

Um verdadeiro crente, uma comunidade crente, não pode viver só de manutenção: precisa de uma alma jovem e enamorada, que se alimenta da alegria da procura e da descoberta, que arrisca a hospitalidade da Palavra de Deus na vida concreta, que parte ao encontro dos irmãos no presente e no futuro, que vive no diálogo confiante e oculto da oração.

É urgente redescobrir a bem-aventurança da sede: a pior coisa para um crente é estar saciado de Deus. Pelo contrário, felizes aqueles que têm fome e sede de Deus: a experiência da fé, com efeito, não serve para resolver a sede, mas para dilatar o nosso desejo de Deus, para intensificar a nossa procura.
Precisamos, talvez, de nos reconciliar mais vezes com a nossa sede, repetindo a nós próprios: “A minha sede é a minha bem-aventurança”.

A Igreja como Maria: escuta, honestidade, serviço
É importante não olhar para a bem-aventurança de Maria em chave abstracta, mas real e concreta.

O seu diálogo com Deus, no momento em que o anjo lhe anuncia que Deus lhe propõe ser mãe do seu Filho, é franco, não deixa de fora emoções, surpresas e dúvidas, até à confiança incondicional e ao seu sim.

Deus salva-nos não apesar de nós, mas com tudo aquilo que nós somos, e isso faz-nos enfrentar a vida com renovada confiança

O estilo mariano deve ser o modelo inspirador do viver: Maria acolhedora, que escuta e está aberta à vida; Maria honesta na sua relação com Deus; Maria ao serviço de um projecto maior.
Sem Maria, a Igreja arrisca desumanizar-se, tornar-se funcionalista, uma fábrica febril incapaz de parar.

 

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018

 

Folha Informativa 25-10-2020

Domingo XXX do Tempo Comum (PDF)  TEXTO

Bril, Jesus caminha sobr as águas

«Que faz com que a minha vida seja valiosa e valha a pena vivê-la, apesar de todas as dificuldades?».

A experiência do fracasso e a consciência da própria incapacidade (relacionada muitas vezes com a grande competitividade no mundo actual) levam muitos jovens à tristeza, ao desânimo e à desesperança.

Fenómenos que até há uns anos atrás conseguiam resolver-se sem demasiados dramatismos (aprendia-se que o fracasso faz parte da vida, que somos limitados e que necessitamos dos outros) hoje são causa de uma tristeza de fundo.

Como curar essa falta de esperança que experimentam muitos jovens?

Só centrando a vida em Deus e, por Ele, nos outros, conseguimos crescer na virtude da esperança, porque percebemos o sentido da nossa vida.

Rodrigo Lynce de Faria

 

Dar os nossos dons

Dennis Clark, Catholic Exchange

Vincent van Gogh, O Bom Samaritano

Uma jovem mãe estava a ter um dos piores dias da sua vida. O marido havia perdido o emprego; o esquentador tinha explodido; o carteiro trouxe um monte de contas que ela não podia pagar; o seu cabelo estava péssimo e sentia-se gorda e feia. Estava quase no ponto de ruptura quando levantou o seu filho de um ano e o sentou na cadeira de bebé, apoiou a cabeça no tabuleiro e começou a chorar. Sem um murmúrio, a criança tirou a chucha da sua boca… e carinhosamente colocou-a na dela!

Compaixão: Ele desconhecia a palavra mas o seu coração conhecia a necessidade. E deu o que tinha. Nós somos, de tantas maneiras, os artífices dos mundos dos outros. Minuto após minuto criamos o mini-mundo em que vivemos juntos. E na maior parte das vezes nem sequer pressentimos como é enorme a nossa capacidade de levar alegria ou tristeza, cura ou dor aos outros.

Por exemplo, quando participamos na missa estamos a criar um breve e pequeno mundo. Outras pessoas, cujos nomes nem sequer conhecemos, prepararam o espaço para nós: limparam o pó e varreram, arranjaram e colocaram flores, ensaiaram os cânticos. Agora é a nossa vez de fazer da celebração um espaço calmo, pacífico e acolhedor, um espaço onde podemos ajudar os outros a experimentar a presença amorosa de Deus, a sua força, o seu conforto e apoio.

Fazemos isso de inúmeras maneiras: o modo como entramos e saímos, o modo como cantamos e rezamos em conjunto, o modo como damos espaço uns aos outros, o modo como fazemos silêncio uns para os outros. São muitas as maneiras como criamos ou destruímos algo admirável.

Toda a nossa vida é assim: desde o momento em que abrimos os nossos olhos pela manhã até quando os fechamos à noite, temos o poder de criar e o poder de destruir, o poder de dar os nossos dons – grandes e pequenos – e o poder de os recusar.
Provavelmente nenhum de nós encontrará alguma vez um homem a morrer na berma da estrada. E a maior parte de nós raramente será chamada a fazer um sacrifício realmente significativo por outra pessoa. Mas todos nós iremos encontrar milhares de pessoas cujas vidas podemos tornar um pouco mais ricas, um pouco mais felizes porque estávamos lá e porque demos o que tínhamos – tal como aquela criança deu a sua chucha.

A cada momento cada um de nós tem alguma coisa a dar, alguma coisa que é precisa. Dá-la-emos? Temos de dar, simplesmente porque dar os nossos dons é a única maneira possível de encontrar a felicidade.
A vida não é um desporto de bancada! Dar os nossos dons – todos eles, todos os dias – é a única maneira de realizar a nossa vida, a única maneira de crescermos à imagem e semelhança de Deus.

 

Acções concretas

Papa Francisco, Maio 2015

 

Jesus mostra que o verdadeiro amor é concreto nas acções, constante, e não um simples entusiasmo. Mas muitas vezes é também um amor doloroso: pensemos no amor de Jesus que carrega a cruz.
Contudo, em Mateus 25, Jesus ensina-nos as obras do amor com palavras claras: «quem ama age assim». É um pouco o protocolo do juízo: eu tinha fome, tinha sede….

Também as bem-aventuranças, como programa pastoral de Jesus, são concretas.
Assim, o primeiro critério para permanecer no amor de Jesus é que o nosso amor seja concreto, observando os seus mandamentos.
Por isso, uma das primeiras heresias no cristianismo foi a do pensamento gnóstico, que via um Deus distante, não concreto.
E o apóstolo João condena-a: “Eles não crêem que a Palavra se fez carne”.
Mas com o seu amor o Pai foi concreto, enviou o seu Filho que Se fez carne para nos salvar.
Eis o primeiro critério.

O segundo critério, é que o amor se comunica, não permanece isolado: o amor dá-se a si mesmo e recebe; faz-se a comunicação que há entre o Pai e o Filho, a comunicação do Espírito Santo.
Por isso, não há amor sem comunicação, isolado.
Alguém poderia dizer que os monges e as monjas de clausura vivem isolados», mas não é assim, porque se comunicam muito com o Senhor e com quantos vão ter com elas em busca da palavra de Deus.

O amor autêntico não pode isolar-se, e se está isolado não é amor, mas uma forma espiritualista de egoísmo, um fechamento à procura do próprio proveito. Em síntese, é egoísmo.

Assim, permanecer no amor de Jesus significa estar no amor do Pai que nos enviou Jesus, significa fazer e não só dizer; significa capacidade de dialogar com o Senhor e com os irmãos.

No fundo, é muito simples, mas não é fácil, porque o egoísmo atrai, levando-nos a não realizar gestos concretos: atrai-nos a não comunicar.

Mas o que diz o Senhor de quem permanece no seu amor? «Disse-vos isto para que a minha alegria permaneça em vós, e para que ela seja plena».
Portanto, o Senhor que permanece no amor do Pai é jubiloso; e acrescenta: «Se permanecerdes no meu amor, a vossa alegria será total».
Trata-se de uma alegria que muitas vezes vem com a cruz. Mas como o próprio Jesus disse: ninguém vo-la poderá tirar.

 

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018

 

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