O Cardeal Patriarca de Lisboa apelou na sua Mensagem para a Quaresma de 2020 à defesa dos mais frágeis, em “todas as fases da vida”, num momento em que o Parlamento abriu portas à legalização da eutanásia em Portugal.
“Falando em termos positivos e aceitáveis por crentes e não crentes, trata-se de exercitar uma humanidade mais consciente e conjugada, para que todos vivam e ninguém desista de viver”, referiu D. Manuel Clemente na Mensagem.
A mensagem “Uma Quaresma para a consciência” foi divulgada na celebração da Quarta-Feira de Cinzas, que marca o início do tempo de preparação para a Páscoa, no calendário católico.
O Patriarca de Lisboa convidou os católicos a ser “mãos que amparam a fragilidade dos outros e os envolvem em todas as fases da vida, sobretudo quando mais fragilizada”.
“É este envolvimento cuidadoso que a palavra ‘paliativo’ significa”, acrescentou.
D. Manuel Clemente contrapõe as questões da “consciência” às chamadas “questões fracturantes”, considerando que estas “tomam a parte pelo todo e contra o todo, reduzindo-o à disposição individual e ignorando as consequências negativas de tal atitude”.
A mensagem alerta para as “tentações do ter, do parecer e do poder”, bem como para o relativismo que “enfraquece a essência da vida, quando se rarefaz a convivência”.
“A Quaresma é tempo de exame de consciência, agradecendo o que Deus nos ensina e efectivando o que nos cumpre”, pode ler-se.
O patriarca de Lisboa anuncia que a renúncia quaresmal de 2020 se destina à Diocese de Palai (Índia), para “financiar um hospital que atenderá especialmente a população mais pobre”.
A renúncia diocesana de 2019 juntou 236 273,45 euros, destinados à Cáritas da Venezuela.
Agência Ecclesia