XXIX Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO

A. Mironov, Cristo na casa de Marta e Maria

O espírito de serviço responde à sede de grandeza dos nossos corações. No entanto, mostra-nos que o verdadeiro crescimento humano vem de ajudar os outros a crescer, não de dominar as suas vidas. O desejo de servir abre horizontes infinitos: todas as pessoas que encontramos podem receber de nós um gesto de serviço, por muito pequeno que seja.

A pessoa útil toca a vida de muitas pessoas e faz a diferença nas suas vidas. É magnânima, porque não se poupa a esforços para ajudar os outros.
Se deixarmos que Cristo reine na nossa alma, não nos tornaremos dominadores; seremos servidores de todos os homens.

Serviço. Como gosto desta palavra! Servir o meu Rei e, por Ele, todos os que foram redimidos com o Seu sangue. Esta é a magnífica missão dos cristãos: servir todas as almas, com grandeza de espírito.

S. Josemaria Escrivá, Cristo que passa

 

Jogai a vida por coisas grandes!

Papa Francisco, 18 de maio de 2013

Duccio di Buoninsegna, Lavapés.

Como viver este desafio da evangelização no nosso tempo? Qual é a coisa mais importante para a qual todos nós – movimentos, associações e comunidades – devemos olhar para realizar esta tarefa a que somos chamados? Como podemos hoje comunicar, de maneira eficaz, a fé?

Só vou dizer três palavras.
A primeira: Jesus.
Qual é a coisa mais importante? Jesus.
Se pretendemos avançar com mais organização, com outras coisas – coisas certamente boas –, mas sem Jesus, não avançamos, não resulta.
O mais importante é Jesus. Deixai-me fazer-vos aqui uma pequena advertência, mas fraternalmente, cá entre nós. Todos vós gritastes na Praça: «Francisco, Francisco, Papa Francisco». E Jesus, onde estava? Eu teria gostado que vós gritásseis: «Jesus, Jesus é o Senhor, e está verdadeiramente no meio de nós». Daqui para diante, não digais «Francisco», mas «Jesus»!

A segunda palavra é: oração.
Olhar o rosto de Deus, mas sobretudo sentir-se olhado. O Senhor olha-nos: é o primeiro que olha.
A minha experiência é aquilo que sinto diante do Sacrário quando vou rezar, à noite, diante do Senhor. Às vezes cabeceio um pouco, é verdade! O cansaço do dia faz adormecer. Mas Ele compreende-me. E sinto grande consolação, ao pensar que Ele me olha.

Nós pensamos que devemos orar, falar, falar, falar… Não! Deixa-te olhar pelo Senhor. Quando Ele olha para nós, dá-nos força e ajuda-nos a testemunhá-lo.
A pergunta era sobre o testemunho da fé, não era? Pois bem; primeiro «Jesus», depois «oração»: sentimos que Deus nos leva pela mão. Sublinho a importância disto: deixar-se guiar por Ele. Isto é mais importante do que qualquer um dos nossos cálculos.
Somos verdadeiros evangelizadores, quando nos deixamos guiar por Ele.

Pensemos neste caso de Pedro: estava ele talvez a fazer a sesta, quando teve uma visão – a visão da toalha com todos os animais – e ouviu Jesus que lhe dizia qualquer coisa, mas ele não entendia. Naquele momento, chegaram alguns não-judeus chamando-o para ir a certa casa; ele foi e viu como o Espírito Santo estava lá. Pedro deixou-se guiar por Jesus para chegar àquela primeira evangelização dos gentios, que não eram judeus; uma coisa então impensável. E o mesmo se deu em toda a história… toda a história!
Deixar-se guiar por Jesus. O líder é precisamente Ele; o nosso líder é Jesus.

Este deixar-se guiar por Jesus é abandonar-se às surpresas de Jesus. Pode-se pensar que devemos programar em pormenor a evangelização, pensando nas estratégias, fazendo planos. Mas isto são instrumentos, pequenos instrumentos. O importante é Jesus e deixar-se guiar por Ele. Então podemos fazer as estratégias, mas isso é secundário.

E terceira: testemunho.
A comunicação da fé pode-se fazer unicamente através do testemunho; e este é o amor.
Não com as nossas ideias, mas com o Evangelho vivido na própria existência, que o Espírito Santo faz viver no nosso íntimo.
É como uma sinergia entre nós e o Espírito Santo; e isto leva ao testemunho.

Quem faz avançar a Igreja são os Santos, porque são precisamente eles que dão este testemunho. Como disseram João Paulo II e também Bento XVI, o mundo de hoje precisa mais de testemunhas que de mestres.

Devemos falar menos, mas falar com a vida toda: a coerência de vida, que seja viver o cristianismo como um encontro com Jesus que me leva aos outros, e não como um facto social. Socialmente aparecemos assim: somos cristãos, cristãos fechados em nós mesmos. Isto não! O testemunho!

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