O Vaticano divulgou um conjunto de orientações para a celebração da Semana Santa em contexto de pandemia, à imagem do que aconteceu em 2020, assumindo a necessidade de “mudanças na forma habitual de celebrar a Liturgia”.
A nota da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Santa Sé) dirige-se aos bispos e às Conferências episcopais de todo o mundo, sublinhando que “em muitos países ainda estão em vigor rígidas condições de confinamento, que impossibilitam a presença dos fiéis nas igrejas, enquanto noutros é retomada uma vida de culto mais normal”.
A Santa Sé sublinha que, nos últimos meses, “o uso das redes sociais ajudou muito os pastores a oferecer apoio e proximidade às suas comunidades durante a pandemia”.
“Para as celebrações da Semana Santa sugere-se que se facilite e privilegie a difusão mediática das celebrações presididas pelo bispo, encorajando os fiéis impossibilitados de frequentar a própria igreja a acompanhar as celebrações diocesanas, como sinal de unidade”, aponta a nota.
O Vaticano pede ainda aos bispos que promovam a preparação de “subsídios adequados para a oração familiar e pessoal”.
A celebração pública da Missa encontra-se suspensa em Portugal continental desde 23 de Janeiro, pela segunda vez em menos de um ano, por decisão da Conferência Episcopal; as dioceses dos arquipélagos da Madeira e Açores têm orientações próprias, que permitem as celebrações, de acordo com as regras sanitárias em vigor nas regiões.
A Congregação para o Culto Divino informa que continua válido o decreto que emitiu, a pedido do Papa Francisco, de 25 de Março de 2020, sobre as celebrações do Domingo de Ramos, da Quinta-feira Santa e da Vigília Pascal, este ano entre 28 de Março, 3 e 4 de Abril.
Tal como no último ano, permite-se que os bispos possam adiar a Missa Crismal, celebrada habitualmente na manhã de Quinta-feira Santa, que reúne os bispos e todo o clero das suas dioceses, com a bênção dos óleos.
Para a Quinta-feira Santa, fica estabelecido que seja omitido o “Lava-pés” e a procissão final; excepcionalmente, é concedida aos sacerdotes a faculdade de celebrar a Missa “sem a participação do povo, em local adequado”.
Durante a oração universal da Sexta-feira Santa, cabe aos bispos “preparar uma intenção especial para quem se encontra em situação de desorientação, os doentes, os defuntos”; na Adoração da Cruz, tal como em 2020, o beijo é limitado ao presidente da celebração.
Quanto à Vigília Pascal, a Santa Sé pede que seja celebrada “exclusivamente nas igrejas Catedrais e Paroquiais”, e que para a Liturgia Baptismal “se mantenha apenas a renovação das promessas baptismais”.
A Congregação para o Culto Divino agradece aos bispos e às Conferências Episcopais por terem respondido pastoralmente à crise da Covid-19, admitindo que “as decisões tomadas nem sempre foram facilmente aceitas por parte dos pastores e fiéis leigos”.
“Sabemos que foram tomadas com o objectivo de garantir que os santos mistérios sejam celebrados da forma mais eficaz possível para as nossas comunidades, no respeito pelo bem comum e a saúde pública”, conclui a nota.