A Solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala neste Domingo, 08 de Dezembro, está indissociavelmente ligada à espiritualidade da alma e da identidade do povo português, remontando a devoção desta festa ao século XIV.
Padroeira Principal de Portugal, a Imaculada Conceição está ligada a dois momentos fundamentais da independência de Portugal: à batalha de Aljubarrota e à restauração da independência, a 01 de Dezembro de 1640.
O Papa Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, proclamou o dogma da Imaculada Conceição, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, data que em Portugal é considerada feriado religioso oficial.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira (hoje S. Nuno de Santa Maria) derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue actualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de Dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
Antigamente, neste dia festejava-se o Dia da Mãe. Embora agora o Dia da Mãe oficial seja o primeiro Domingo de Maio, ainda há muitas famílias que o continuam a festejar neste dia.