A página da Paróquia de São Francisco Xavier vai apresentar diariamente textos para reflexão neste período conturbado da pandemia.
O texto de hoje é do Secretariado Nacional da Liturgia.
A Ascensão, motivo de alegria
Secretariado Nacional da Liturgia
A Ascensão de Jesus não é uma fuga da humanidade depois “de um passeio turístico pela condição humana”.
Nem o passeio foi turístico, antes pelo contrário, nem Jesus nos abandona à nossa condição.
Se confessamos a fé, dizendo que Jesus subiu ao Céu, é o mesmo que dizer que, antes, ele baixou às misérias humanas para depois ultrapassar todas as debilidades potenciando a humanidade até à glorificação com Deus.
Primeiro, Ele redimiu-nos, salvou-nos. E só depois disto é que nos deixa a possibilidade de orientar a nossa vida com a sua grandeza e as suas limitações.
Sobe aquele que desceu
Jesus volta para o Pai, eleva-se ao mais alto da glória, retoma o seu lugar no Céu depois de ter percorrido os caminhos dos homens… Por ter dado a sua vida como a deu é que Se pode elevar ao mais alto da glória…
Ele “esvaziou-se a si mesmo tomando a condição de servo,… tornando-se semelhante aos homens rebaixou-Se a Si mesmo… e por isso é que Deus o elevou acima de tudo” (Fl 2,7-9)…
Aquele que hoje contemplamos à direita do Pai, acima de todos os poderes, é o mesmo de quem ouvimos dizer em Sexta-Feira Santa: “O meu servo terá êxito, será muito engrandecido e exaltado… Vimo-Lo sem aspecto atraente, desprezado e abandonado, cheio de dores no sofrimento, menosprezado e desconsiderado,,, Carregou as nossas dores, foi humilhado, ferido, esmagado… Carregou os nossos crimes… Como um cordeiro foi levado ao matadouro… foi-Lhe dada sepultura entre os ímpios, sofreu pelos culpados…” Por ter sido humilhado é que foi exaltado…
A Ascensão de Jesus dá suporte à esperança a que todos somos chamados: a nossa sede de eternidade confirma-se na exaltação de Jesus…
Como diz o Evangelho de S. Mateus, quando os discípulos viram Jesus no monte da Galileia, sentiram um misto de admiração pela glória de Jesus e também de dúvida. É a expressão da nossa condição humana repartida entre a experiência de Deus, que é de exaltação e glória, e a condição ainda frágil da humanidade…
Levantado com dignidade
Quer isto dizer que, os discípulos de Jesus, quanto mais se humilham mais são levantados (o dito popular diz que “quanto mais se sobe, maior é o tombo”…) Os seguidores de Jesus, se sobem, devem fazê-lo com dignidade, assumindo a fragilidade humana, não a qualquer preço como sugere esta expressão…
Para nós, tudo o que se passou com Jesus é um modelo de vida: também a Ascensão porque Jesus afirmou e repetiu várias vezes: “onde Eu estiver, aí estará também o meu servo…” Se Jesus agora está na glória, participaremos dessa glória…
A alegria da fé
A Ascensão de Jesus é um motivo de alegria: alegria que tem o seu fundamento na fé, no sentir que a nossa vocação é para o alto, para o Céu…
Contrariamente ao que muitas vezes se pretende comunicar, e que os nossos comportamentos, por vezes, também dão a entender, a vocação cristã é de glorificação… A nossa vida está em Deus… Devemos procurar as coisas do alto… a nossa vocação é para a eternidade com Deus…
O mandato missionário do final do Evangelho de S. Mateus é uma proposta de acção e de alegria no anúncio do Evangelho (tema querido ao Papa Francisco) … E a garantia que Jesus dá tem esse alcance de eternidade: Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos…