O Papa apela a uma atenção particular a quem sofre por causa da pandemia, na sua mensagem para a Quaresma 2021, destacando o contexto de “grande incerteza” que marca preparação da próxima Páscoa.

“Viver uma Quaresma de caridade significa cuidar de quem se encontra em condições de sofrimento, abandono ou angústia por causa da pandemia de Covid-19”, refere Francisco, num texto intitulado “«Vamos subir a Jerusalém…» (Mt 20, 18). Quaresma: tempo para renovar a fé, a esperança e a caridade”.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que se inicia com a celebração das Cinzas (17 de Fevereiro, em 2021), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, este ano a 04 de Abril.

O Papa aborda várias das práticas tradicionais deste período, que apresenta como “condições” para uma conversão pessoal.

Francisco recomenda um jejum que combata também a “saturação de informações – verdadeiras ou falsas – e produtos de consumo”, para permitir uma vida marcada pela “simplicidade de coração”.

O caminho da pobreza e da privação (o jejum), a atenção e os gestos de amor pelo homem ferido (a esmola) e o diálogo filial com o Pai (a oração) permitem-nos encarnar uma fé sincera, uma esperança viva e uma caridade operosa”.

A mensagem anual assinala o actual “contexto de grande incerteza quanto ao futuro”, no qual se pede aso católicos “uma palavra de confiança” que se manifesta na “atenção e compaixão por cada pessoa”.

“No contexto de preocupação em que vivemos actualmente, onde tudo parece frágil e incerto, falar de esperança poderia parecer uma provocação”, admite o Papa, para quem este é o momento de confiar-se a Deus.

Francisco recomenda que os católicos procurem o sacramento da Penitência, procurando a reconciliação para que se possam tornar, depois, “propagadores do perdão”.

“O perdão de Deus, através também das nossas palavras e gestos, possibilita viver uma Páscoa de fraternidade”, aponta.

A mensagem tem, simbolicamente, a data da festa de São Martinho (11 de Novembro) do último ano, um santo associado a gestos de solidariedade.

“Que este apelo a viver a Quaresma como percurso de conversão, oração e partilha dos nossos bens, nos ajude a repassar, na nossa memória comunitária e pessoal, a fé que vem de Cristo vivo, a esperança animada pelo sopro do Espírito e o amor cuja fonte inexaurível é o coração misericordioso do Pai”, conclui o Papa.

Francisco vai presidir, no dia 17 de Fevereiro, à Missa de início do tempo da Quaresma, com o rito da bênção e imposição das Cinzas, pelas 09h30 de Roma (menos uma hora em Lisboa), na Basílica de São Pedro, com participação limitada e transmissão online.

O texto completo da Mensagem está aqui.

Agência Ecclesia