Em carta aos diocesanos no início do ano pastoral de 2022-2023, o cardeal-patriarca de Lisboa reafirmou o seu “pedido de perdão institucional e convicto” pelos casos de abusos sexuais, garantindo “tudo fazer para que tais casos não se repitam”.

“Retomo o que disse na última Missa Crismal, dirigindo um pedido de perdão institucional e convicto a quem foi vitimado e garantindo tudo fazer para que tais casos não se repitam, ou tenham tratamento eficaz entre nós, seguindo as determinações civis e canónicas, como temos feito também no âmbito da Comissão Diocesana de Protecção de Menores, a trabalhar desde 2019”, escreveu D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca acrescenta que “no campo institucional, é inegável que a Igreja Católica em Portugal está na primeira linha da resposta a tão grave questão”, sublinhando que “não poderia ser doutro modo”.

Refere que não podia deixar de “aludir às notícias de abusos sexuais” que apareceram na comunicação social, no final de Julho, e lembra que já explicou “o que se fez e continuará a fazer na diocese, para corrigir e prevenir tais casos”, numa “carta aberta” a 29 de Julho, onde explicou o procedimento relativo a caso denunciado em 1999, e que comunicou “pessoalmente ao Papa Francisco, na audiência de 5 de Agosto”.

A carta aos diocesanos de Lisboa começa por assinalar que se inicia o ano pastoral 2022/2023 “com o horizonte cada vez mais próximo e definido da Jornada Mundial da Juventude”, que se vai realizar de 1 a 6 de Agosto de 2023, na capital portuguesa.

“Com o Papa Francisco, queremos que ela seja para grande número de jovens de todo o mundo uma ocasião por excelência de renovar a esperança e reforçar a solidariedade, após tempos difíceis de pandemia, guerras e dificuldades de subsistência em geral; Certamente que nada se resolverá num ápice, mas ainda mais certo é o facto tão comprovado destas Jornadas, em torno de Cristo e do Evangelho, animarem a muitos no caminho do bem e da paz. – Assim acontecerá de novo”, desenvolveu

D. Manuel Clemente afirma que a realização da JMJ Lisboa 2023 “só pode acontecer como ‘caminho conjunto’, em que as capacidades de cada um são “reconhecidas e suscitadas, rumo a um objectivo comum e evangelizador”.

“A actividade dos comités paroquiais, vicariais, diocesanos e outros, em colaboração com o central (COL), incluindo tantos milhares de jovens nas mais diversas tarefas, criará um bom hábito de participação, decisão e iniciativa que permanecerá e revitalizará as nossas comunidades, tornando-as mais co-responsáveis e missionárias. Poderá ser mesmo esse o principal fruto da JMJ, com largo futuro por diante”, acrescentou.

O cardeal-patriarca de Lisboa insiste que “a primeira condição do êxito” deste encontro mundial de jovens e da sua preparação é a oração, e pede que “em todas as comunidades se reze sempre e muito pela JMJ e os seus frutos”, pessoal, familiarmente e em grupo, na carta publicada no sítio online da diocese.

O texto da carta pode ser encontrado aqui.