Notícias

Crisma 2024

Cinco jovens da nossa Paróquia receberam neste domingo, 06 de outubro, o Sacramento do Crisma, ministrado por D. Nuno Isidro Nunes Cordeiro. (mais…)

Compromisso dos Catequistas

Como foi anunciado, os Catequistas da Paróquia de São Francisco Xavier fizeram o seu Compromisso na Missa das 18h30 de domingo, dia 06 de outubro. (mais…)

Francisco Monteiro – In memoriam

Tudo o que se pode dizer sobre o Francisco Monteiro é pouco para ilustrar a grandeza da sua alma. (mais…)

Folha Informativa de regresso

A Folha Informativa da nossa Paróquia está de regresso neste fim de semana, com uma mensagem do nosso Prior, Cónego José Manuel dos Santos Ferreira.

Terço dos Homens – 13 de setembro 2024

Nesta sexta-feira,  dia 13 de setembro, venha rezar o Terço dos Homens. (mais…)

Ofertórios do fim de semana – setembro 2024

No próximo fim de semana, de 07-08 de setembro de 2024, os ofertórios das Missas destinam-se a amortizar a dívida contraída com a construção da Nova Igreja. (mais…)

Folha Informativa 10-11-2024

XXXII Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO

Ignaz Dullinger, A pobre viúva

A Igreja «em saída» é uma Igreja com as portas abertas.

Sair em direção aos outros para chegar às periferias humanas não significa correr pelo mundo sem direção nem sentido.

Muitas vezes é melhor diminuir o ritmo, pôr de parte a ansiedade para olhar nos olhos e escutar, ou renunciar às urgências para acompanhar quem ficou caído à beira do caminho.

(…) Quando se lê o Evangelho, encontramos uma orientação muito clara: (chegar) não tanto aos amigos e vizinhos ricos, mas sobretudo aos pobres e aos doentes, àqueles que muitas vezes são desprezados e esquecidos, «àqueles que não têm com que te retribuir».

Não devem subsistir dúvidas nem explicações que debilitem esta mensagem claríssima. Hoje e sempre, «os pobres são os destinatários privilegiados do Evangelho», e a evangelização dirigida gratuitamente a eles é sinal do Reino que Jesus veio trazer. Há que afirmar sem rodeios que existe um vínculo indissolúvel entre a nossa fé e os pobres.

Não os deixemos jamais sozinhos!.

Papa Francisco, Evangelii gaudium

 

Sementes da generosidade

Luigino Bruno

As empresas e todas as organizações serão lugares de vida boa e plena desde que deixem viver virtudes não económicas ao lado das económicas-empresariais.
Exige que os dirigentes estejam dispostos a relativizar até mesmo a eficiência, que se está a tornar o verdadeiro dogma da nova religião do nosso tempo.

A generosidade é uma destas virtudes não económicas, mas também essenciais para todas as empresas e instituições.
A raiz da generosidade encontra-se na palavra latina “genus”, “generis”, um termo que lembra raça, família, nascimento – é este o primeiro significado da palavra “genere”

Esta etimologia recorda-nos que a nossa generosidade tem muito a ver com a transmissão da vida: com a nossa família, com as pessoas à nossa volta, com o ambiente em que crescemos e aprendemos a viver.
A generosidade forma-se dentro de casa.

A que temos dentro depende muito da generosidade dos nossos pais, de como e quando se amaram antes de nós nascermos, das escolhas de vida que fizeram e das que fazem quando nós começamos a olhá-los. Da sua fidelidade, da sua hospitalidade, da sua atitude para com os pobres, da sua disponibilidade em “gastar” o tempo para ouvir e ajudar os amigos, do seu amor e do reconhecimento para com os seus pais.
O depósito de generosidade duma família, de uma comunidade, de um povo, é uma espécie de soma da generosidade de cada um.

Cada geração desenvolve o valor deste depósito ou o reduz, como está a acontecer, hoje, na Europa, onde a nossa geração, empobrecida de grandes ideais e paixões, está a delapidar o património de generosidade que herdou.

A lição de gratuidade de Charles de Foucauld

Pablo d’Ors, 2016

Um olhar mesmo superficial aos escritos de Charles de Foucauld, sobretudo diários espirituais e cartas, faz-nos compreender como ele atravessou a vida escrutinando a própria consciência, entrando nas motivações dos próprios atos, revendo as intenções, examinando minuciosamente o mínimo detalhe, como tinha aprendido de Santo Inácio, projetando sonhos com os quais dar corpo a uma intuição, observando-se no espelho de Jesus Cristo, o seu Bem-amado, estudando o que seria mais aconselhável e oportuno, censurando-se as falhas, agradecendo os dons recebidos, louvando por tanto bem e bondade, programando o impossível… (…)

A certo ponto da sua vida, esmagado por tanto amor, Foucauld cozeu um coração vermelho no seu hábito branco, dando uma clara prova de como aquele coração o tinha atado. Foucauld foi certamente um sentimental, mas no interior de uma personalidade poliédrica de incomparável riqueza. Ainda que a sua fosse uma vocação à oração contemplativa e silenciosa, nunca abandonou a oração afetiva, alimentada por palavras e imagens que a mantiam acesa.
Praticou a custódia do coração: sentir a vida, oculta e frágil, em cada palpitação; sentir a Vida com maiúscula nesta nossa vida, tão limitada e intensa, tão humana e tão divina.

No termo da vida, pouco antes de ser assassinado, Foucauld encontrou-se – serviram-lhe décadas inteiras para chegar a isto – com as mãos felizmente vazias.
Poder-se-ia dizer que ao longo da sua existência recolheu um fracasso após o outro: último da sua classe no exército, no qual esteve várias vezes para ser expulso por causa dos seus escândalos e indisciplina.

Foucauld é um dos mais conseguidos ícones do fracasso. Porque preferiu os últimos lugares aos primeiros, a vida oculta à pública, a humilhação à elevação.
Por tudo isto, Foucauld é a imagem em que podem reconhecer-se todos os fracassados da história. Não é, todavia, o único; há outros com ele, todos solitários, todos loucos.

«Pai meu, eu me abandono a Ti.
Faz de mim aquilo que quiseres.
O que quer que faças de mim,
eu Te agradeço.

Estou pronto para tudo, aceito tudo,
desde que a tua vontade se cumpra em mim
e em todas as tuas criaturas.
Não desejo nada mais, meu Deus.
Entrego a minha alma nas tuas mãos,
dou-ta, meu Deus,
como todo o amor do meu coração,
porque Te amo.

E é para mim uma exigência de amor o dar-me, o entregar-me nas tuas mãos sem medida,
com uma confiança infinita,
porque tu és o Pai meu».

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018

 

Folha Informativa 03-11-2024

XXXI Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO

Fra Angelico, Anunciação

Neste mundo líquido, é necessário voltar a falar do coração; indicar onde cada pessoa, de qualquer classe e condição, faz a própria síntese; onde os seres concretos encontram a fonte e a raiz de todas as suas outras potências, convicções, paixões e escolhas.

Movemo-nos, porém, em sociedades de consumidores em série, preocupados só com o agora e dominados pelos ritmos e ruídos da tecnologia, sem muita paciência para os processos que a interioridade exige.

Na sociedade atual, o ser humano corre o perigo de se desorientar do centro de si mesmo.

O homem contemporâneo encontra-se com frequência transtornado, dividido, quase privado de um princípio interior que crie unidade e harmonia no seu ser e no seu agir.

Modelos de comportamento infelizmente bastante difundidos, exaltam a sua dimensão racional-tecnológica ou, ao contrário, a instintiva.

Falta o coração.

Papa Francisco, Dilexit nos, outubro 2024

 

Eu e o estrangeiro

Cardeal Ravasi, 2015

William Bendz, artista mira obra no espelho

Tempo virá
em que, exultante,
te saudarás a ti mesmo chegado
à tua porta, no teu próprio espelho
e cada qual sorrirá ante a saudação do outro,
dirá: Senta-te aqui. Come.
Amarás de novo o estrangeiro que era o teu Eu.
Dá vinho. Dá pão. Devolve o coração
a ele próprio, ao estrangeiro que te amou
toda a tua vida, que ignoraste.

Como sempre, a poesia, para ser apreciada, requer uma leitura serena: antigamente, cada leitura dos textos escritos exigia a pronúncia exterior, de modo que as palavras reverberassem, deixando em torno de si quase como que um halo, um eco interior.
Citámos aqui versos da poesia “Amor após amor”, do grande poeta Derek Walcott, o cantor dos mestiços, nascido numa ilha das Caraíbas, Santa Lúcia, em 1939.

Como se intui, unem-se e sobrepõem-se duas fisionomias diversas, a minha e a do outro, o estrangeiro.
Se ao espelho olhamos o nosso rosto, descobrimos nele os traços da humanidade, porque a ela todos pertencemos, para além das diferenças étnicas, culturais, religiosas.

«Amarás o estrangeiro que era o teu Eu», diz o poeta.
«Amarás o teu próximo como a ti mesmo», diz a Bíblia.
Neste paralelo há dois amores que se fundem, o espontâneo por si próprio e aquele que o é para os outros, muitas vezes conquistado com algum esforço mas que deverá ser, da mesma maneira, intenso.

Devemos tentar reconduzir o nosso coração «a si mesmo», isto é, à sua consciência profunda, e aí descobriremos que há o estrangeiro dentro de nós porque ele é semelhante a nós por causa do próprio Deus que o criou, do próprio Cristo que o redimiu, do próprio amor que foi deposto nele e em nós, e do próprio pecado que obscurece a nós e a ele.

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018