Notícias
Mensagem do nosso Prior sobre São Francisco Xavier
A oração no quotidiano de São Francisco Xavier
Cón. José Manuel dos Santos Ferreira, Pároco de São Francisco Xavier (mais…)
Peditório para a Conferência Vicentina – 16-17 de novembro 2024
O habitual peditório para a Conferência de S. Vicente de Paulo, no final das Missas, vai realizar-se no fim-de-semana de 16-17 de novembro de 2024. (mais…)
Terço dos Homens – 13 de novembro 2024
Na quarta-feira 13 de novembro, venha rezar o Terço dos Homens. (mais…)
Dia Mundial das Missões: Papa diz que missão da Igreja requer a participação de cada cristão batizado
“Ide e convidai a todos para o banquete” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 98° Dia Mundial das Missões (20 de outubro). (mais…)
Missa de Ação de Graças pelo Projeto Compartilha
No próximo dia 20 de outubro, às 12h15, irá ser celebrada uma missa de Ação de Graças pelo projeto Compartilha, por todos os voluntários e por todas as famílias apoiadas. (mais…)
Terço dos Homens – 13 de outubro 2024
Neste domingo, dia 13 de outubro, venha rezar o Terço dos Homens. (mais…)
Folha Informativa 24-11-2024
XXXIV Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO
Amando, não interessa pensar no que porventura receberemos. O que interessa pensar é no que damos. No que arrancamos de nós, como expressão da nossa dependência.
Se para o efeito tivermos de enfrentar as circunstâncias ou a opinião dos outros, e ficar sozinhos num mundo hostil, tanto melhor. Mais autêntico então se revela em nós o amor de Deus. Pois quem apenas O ama só na prosperidade, verdadeiramente não é a Deus que ama; é a si que ama. Daí vem que tantos se aproximem e se afastem da Igreja, conforme a direção do vento.
O Reino de Deus não é deste mundo; mas é com os padrões do mundo que eles o avaliam. Querem unicamente pão para as suas digestões – e, por conseguinte, querem o Reino de Deus, se imaginam que ele, direta ou indiretamente, lho assegura; mas logo o aborrecem, se concluem que, afinal, ele é, como de facto é, coisa do espírito e não do estômago.»
D. António dos Reis Rodrigues, A semente lançada à terra – Breves notas de espiritualidade
O olhar da cruz
Hoje o nosso Rei olha-nos da cruz como uma “brasa ardente”.
Cabe-nos escolher sermos espetadores ou envolvidos. Vemos as crises de hoje, o declínio da fé, a falta de participação…
E que fazemos? Limitamo-nos a fazer teorias, limitamo-nos a criticar, ou arregaçamos as mangas, comprometemo-nos na vida, passamos do “se” das desculpas ao “sim” da oração e do serviço?
Falamos todos os dias do que está errado no mundo e também na Igreja. Mas depois fazemos alguma coisa? Metemos as mãos na massa, como o nosso Deus pregado no madeiro, ou ficamos a olhar com as mãos nos bolsos?
Hoje, enquanto Jesus, despido na cruz, tira todo o véu sobre Deus e destrói toda a falsa imagem da sua realeza, olhemos para Ele a fim de encontrar a coragem de olhar para nós mesmos, percorrer os caminhos da confidência e da intercessão e fazer-nos servos para reinarmos com Ele.
“Lembra-Te, Senhor, lembra-Te”: façamos esta oração com maior frequência!
Papa Francisco, 2022
Advento, tempo de oração e de esperança
Monsenhor André Sampaio de Oliveira
Ressoa na Liturgia da Igreja o convite a anunciar a feliz notícia: “Deus vem!”
Duas palavras apenas anunciam a todos os corações a esperança que renova a vida do homem e lhe abre horizontes de uma vida em plenitude. Duas palavras apenas são luz que ilumina o nosso caminho, que aquece os nossos corações e nos abre ao amor de Deus e ao nosso próximo.
Advento, em latim “Adventus”, significa “vinda”. Em que consiste, então, a vinda do Senhor? Será que esta vinda também nos envolve e responsabiliza?
Caminhar em Tempo de Advento é olhar para o nascimento de Cristo, há mais de dois mil anos; é apontar para a Sua última vinda gloriosa; mas é também estarmos vigilantes e atentos às Suas vindas, no hoje das nossas vidas.
Preparar o Natal é olhar para a vinda de Cristo. Ele já veio. Nasceu num lugar concreto, num país concreto e transformou a nossa história e a nossa vida. Naquela pequena povoação da Judeia, em Belém, nasceu Jesus, filho de Maria, e esse Menino iniciou um caminho do qual todos nós somos herdeiros. Olhar para esse acontecimento que marca a história é sermos introduzidos na história da Salvação, no projeto de Deus que vem até nós, de uma forma muito especial, em Seu Filho Jesus.
No Advento também preparamos a última vinda do Senhor. Ele há-de vir na Sua Glória, no final dos tempos. O Advento é um tempo favorável para a redescoberta de uma esperança não vaga nem ilusória, mas certa e confiável, porque está “ancorada” em Cristo, Deus feito homem, rochedo da nossa salvação.
Com esta confiança construímos, agora, o nosso presente e olhamos para o futuro com olhos de esperança, com os olhos de Deus.
Mas “Deus vem!”
Ele vem agora, no hoje das nossas vidas.
Advento é, por isso, tempo de vigilância e de oração, tempo de perceber e experimentar a presença de Deus, a sua visita constante às nossas vidas. Deus vem agora a nós de muitas maneiras, através dos acontecimentos e das pessoas. Seja, pois, este tempo um estímulo para estarmos com os olhos e os corações bem abertos, vigilantes e atentos à descoberta da presença de Deus nas nossas vidas, na Igreja e na Sociedade, na família, no trabalho, na escola, na dor e na alegria.
Veio, virá e vem sempre. Não é um simples movimento constante de aproximação, mas revela-nos quem é Deus: um Deus que continuamente se aproxima do homem, o resgata e recria. Não é um Deus ausente e desinteressado da nossa vida, mas é um Pai que vela por nós, com amor e carinho.
O advento será, assim, um tempo para reconhecermos Deus tão próximo, que nos impele a agir, a reagir, a dar resposta ao Seu amor, a saborear a alegria da nossa filiação divina.
Folha Informativa 17-11-2024
XXXIII Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO
Cada cristão tem a grave responsabilidade de ser testemunha consciente, ativa e comprometida do projeto de salvação de Deus.
Na espera do Senhor, façamos frutificar os dons que Deus nos deu.
É com o nosso coração que Jesus continua a amar os publicanos e os pecadores do nosso tempo.
É com as nossas palavras que Jesus continua a consolar os que estão tristes e desanimados.
É com os nossos braços abertos que Jesus continua a acolher os migrantes e refugiados que fogem da miséria e da degradação.
É com as nossas mãos que Jesus continua a quebrar as cadeias que prendem os escravizados e oprimidos.
É com os nossos pés que Jesus continua a ir ao encontro de cada irmão que está sozinho e abandonado.
É com a nossa solidariedade que Jesus continua a alimentar as multidões famintas do mundo e a dar medicamentos e cultura àqueles que nada têm, particularmente os mais pobres, como recordamos neste Dia Mundial dos Pobres.
Manuel Barbosa, scj
A oração do pobre eleva-se até Deus
Papa Francisco, Dia Mundial dos pobres, 2024
No ano dedicado à oração, em vista do Jubileu Ordinário de 2025, esta expressão da sabedoria bíblica é ainda mais oportuna.
A esperança cristã inclui a certeza de que a nossa oração chega à presença de Deus; não uma oração qualquer, mas a oração do pobre.
No seu caminho, o profeta Ben Sirá descobre uma das realidades fundamentais da revelação, ou seja, o facto de os pobres terem um lugar privilegiado no coração de Deus, a tal ponto que, perante o seu sofrimento, Deus se “impacienta” enquanto não lhes faz justiça: “A oração do humilde penetrará as nuvens, e não se consolará, enquanto ela não chegar até Deus. Ele não se afastará, enquanto o Altíssimo não olhar, não fizer justiça aos justos e restabelecer a equidade. O Senhor não tardará nem terá paciência com os opressores”.
Ninguém está excluído do coração de Deus, uma vez que, diante d’Ele, todos somos pobres e necessitados. Somos todos mendigos, pois sem Deus não seríamos nada.
E, no entanto, quantas vezes vivemos como se fôssemos os donos da vida ou como se tivéssemos de a conquistar!
A mentalidade mundana pede que sejamos alguém, que nos tornemos famosos, independentemente de tudo e de todos, quebrando as regras sociais para alcançar a riqueza.
Que triste ilusão! A felicidade não se adquire espezinhando os direitos e a dignidade dos outros.
A violência causada pelas guerras mostra quanta arrogância move aqueles que se consideram poderosos aos olhos dos homens, enquanto aos olhos de Deus são miseráveis. Quantos novos pobres produz esta má política das armas, quantas vítimas inocentes!
Contudo, não podemos recuar.
A pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé.
A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária.
Tudo isto requer um coração humilde, que tenha a coragem de se tornar mendigo. Um coração pronto a reconhecer-se pobre e necessitado. Existe, efetivamente, uma correspondência entre pobreza, humildade e confiança.
O homem humilde não tem nada de que se vangloriar nem nada a reclamar, sabe que não pode contar consigo próprio, mas acredita firmemente que pode recorrer ao amor misericordioso de Deus, diante do qual se encontra como o filho pródigo que regressa a casa arrependido para receber o abraço do pai.
O pobre, sem nada em que se apoiar, recebe a força de Deus e coloca n’Ele toda a sua confiança. Com efeito, a humildade gera a confiança de que Deus nunca nos abandonará e não nos deixará sem resposta.
Aos pobres que habitam as nossas cidades e fazem parte das nossas comunidades, recomendo que não percam esta certeza: Deus está atento a cada um de vós e está perto de vós. Ele não se esquece de vós, nem nunca o poderia fazer. Todos nós fazemos orações que parecem não ter resposta. Por vezes, pedimos para sermos libertados de uma miséria que nos faz sofrer e nos humilha, e Deus parece não ouvir a nossa invocação. Mas o silêncio de Deus não significa distração face ao nosso sofrimento; pelo contrário, contém uma palavra que pede para ser acolhida com confiança, abandonando-nos a Ele e à sua vontade. Da pobreza, portanto, pode brotar o canto da mais genuína esperança.
Os pobres têm ainda muito para ensinar, porque numa cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que sacrifica muitas vezes a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, tornando claro que o essencial da vida é outra coisa.
Madre Teresa de Calcutá, uma mulher que deu a vida pelos pobres, quando falou na Assembleia Geral da ONU, a 26 de outubro de 1985, mostrando a todos as contas do terço que trazia sempre na mão, disse: “Sou apenas uma pobre freira que reza. Ao rezar, Jesus põe o seu amor no meu coração e eu vou dá-lo a todos os pobres que encontro no meu caminho. Rezai vós também! Rezai, e sereis capazes de ver os pobres que tendes ao vosso lado. Talvez no mesmo andar da vossa casa. Talvez até nas vossas próprias casas há quem espera pelo vosso amor. Rezai, e abrir-se-ão os vossos olhos e encher-se-á de amor o vosso coração”.
No caminho para o Ano Santo, exorto todos a fazerem-se peregrinos da esperança, dando sinais concretos de um futuro melhor. Não nos esqueçamos de guardar «os pequenos detalhes do amor»: parar, aproximar-se, dar um pouco de atenção, um sorriso, uma carícia, uma palavra de conforto… Estes gestos não podem ser improvisados; exigem uma fidelidade quotidiana, muitas vezes escondida e silenciosa, mas fortalecida pela oração.