D. Manuel Clemente sublinha necessidade de redescobrir dimensão «essencial» da celebração do nascimento de Jesus
O cardeal-patriarca de Lisboa recordou na celebração da Missa do Galo (noite de 24 de Dezembro) o conflito na Ucrânia e as situações de guerra “surda”, apelando à redescoberta do “essencial”, na celebração do Natal.
“Estou convicto de que agora mesmo, neste ano da graça de 2022, o Natal está a ser muito especialmente vivido por quem se preocupa com os outros e os acompanha e protege. Seja em situações de guerra aberta, como acontece na devastada Ucrânia e noutras partes do mundo; seja em situações de guerra surda, que endurece os corações onde tudo afinal começa, ou se resolve”, indicou D. Manuel Clemente, na homilia da celebração, que decorreu na Sé de Lisboa.
“Seja como for, o Natal acontecerá de verdade onde houver quem se disponha a cuidar de quem precisa”, acrescentou o responsável
O cardeal-patriarca alertou para o risco de “viver exteriormente” a quadra natalícia, “distraídos do essencial” e sem “vislumbrar o presépio”.
“Creio que, pastoralmente falando, é uma das maiores urgências que temos, esta de nos educarmos para uma atitude contemplativa, que feche por um tempo os olhos do corpo e abra os da alma para a luz que desponta”, sustentou.
Manuel Clemente deixou votos de que a celebração de Natal leve a uma atitude de atenção concreta, “alargando o cuidado daqueles pastores de antanho pelos rebanhos que ali guardavam, noite adentro”.
“Quando desejamos um ‘santo’ Natal, confessamos que é de Deus e necessariamente ao seu modo. Como foi então e há de ser agora. – Como acontecerá com a Jornada Mundial da Juventude, pela qual sempre rezamos, e será ‘Natal’ para muita gente, mesmo em Agosto, compartilhando Cristo vivo pelas mãos da Virgem Mãe”, concluiu.