Natal do Senhor (PDF) TEXTO

Um menino nasceu para nós

Matthias Stomer, Adoração dos Pastorinhos

O poder deste Menino, Filho de Deus e de Maria, não é o poder deste mundo, baseado na força e na riqueza; é o poder do amor.

É o poder que criou o céu e a terra, que dá vida a toda a criatura: aos minerais, às plantas, aos animais; é a força que atrai o homem e a mulher e faz deles uma só carne, uma só existência; é o poder que regenera a vida, que perdoa as culpas, reconcilia os inimigos, transforma o mal em bem.

É o poder de Deus. Este poder do amor levou Jesus Cristo a despojar-Se da sua glória e fazer-Se homem; e levá-Lo-á a dar a vida na cruz e ressurgir dentre os mortos. É o poder do serviço, que estabelece no mundo o reino de Deus, reino de justiça e paz.

Papa Francisco

 

 

Quem nos pode salvar?

Cónego José Manuel dos Santos Ferreira

 A vinda de Jesus ao mundo não foi uma decisão humana. Foi Deus que assim o quis, numa decisão absolutamente livre e movida apenas pela sua misericórdia. E a prova disso é a concepção virginal de Jesus no seio de sua Mãe, Santa Maria.

O Evangelho de S. Mateus declara que Jesus foi concebido “por virtude do Espírito Santo” no seio de Maria. E quando S. José, esposo de Maria, tomou a decisão de se afastar, para não interferir com o mistério divino, que já tinha começado a pressentir, foi então que ouviu nitidamente a voz do mensageiro de Deus, no seu coração: “José, Filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo”.
S. José foi um servo fiel: fez “como o Anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua esposa”. Mais tarde revelou grande valentia e fortaleza, mas a sua primeira virtude foi a fé, e com ela a obediência a Deus.

Este anúncio do nascimento de Jesus tem a frescura de uma fonte que jorra do mais profundo segredo da montanha, e tem o encanto límpido da manhã, quando nasce o sol. Parece que o mundo vai começar de novo…

E assim foi, na verdade, quando Jesus nasceu!
O mundo começou de novo. O Filho de Deus feito homem é o início de uma humanidade nova.
Jesus veio para renovar, veio para nos salvar.
A humanidade, sozinha, não se salva, passam os anos, passam os séculos, sucedem-se as gerações, e parece que os seres humanos estão sempre a recair nos mesmos erros, nos mesmos pecados: com novas expressões e muitas vezes mais sofisticados, mas, no fundo, os mesmos.

Quem nos pode salvar?
Só Jesus, que nos traz o amor do Pai, nos pode salvar! Daí o nome que recebe: “Jesus”, que significa:
“O Senhor salva”! Por isso, gostaríamos muito que todos os homens conhecessem Jesus, vivessem com Jesus, e experimentassem a sua salvação!

O Natal será dentro de poucos dias, e é preciso vivê-lo com a esperança de acolhermos a vida nova que Jesus nos veio dar.
Vamos celebrar o Natal como quem respira o ar puro de uma nova manhã.

É importante que, quem ainda não o tiver feito, olhe para a sua vida, veja o que nela está mal, o que nela não é digno de acolher Jesus, e não deixe de se confessar, para receber o perdão de Deus.
É tão bom poder começar de novo!

E que todos nos decidamos a ser melhores, mais justos, mais puros, mais amigos, mais solidários, e não só por umas horas, nem por uns dias apenas, mas em cada instante da vida, porque Jesus é o Emanuel, Deus connosco, e nunca nos deixa sós.

“Emanuel, Deus connosco”: Isaías anunciou que seria dado este nome ao menino que estava para nascer, e S. Mateus declara que este Menino é Jesus, Filho de Deus, que a Virgem Mãe gerou e deu à luz. É Ele o verdadeiro Emanuel, “Deus connosco”.
E de facto o Evangelho de S. Mateus terminará com esta solene promessa de Jesus, que, depois da sua morte e ressurreição, poderá dizer com toda a verdade: “Eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mateus 28, 20).

A Igreja é o espaço desta presença incessante de Jesus, “Deus connosco”, e por isso a Igreja é o instrumento do encontro de todos e de cada um com Cristo. Mas também num plano mais pessoal ou individual, é tão diferente viver com Jesus ou sem Ele!

A Jesus, Filho de Deus feito homem, Emanuel, Deus connosco, gostaria de pedir hoje que, neste próximo Natal, esteja com todos os doentes e com todos os que sofrem, para que ofereçam os seus sofrimentos pela salvação do mundo.
Peço pelas vítimas da guerra, especialmente na Ucrânia, para que o novo ano lhes devolva a paz; pelas famílias em dificuldade, para que se unam ainda mais.

E peço também, de modo especial pelas crianças e pelos jovens, para que o seu coração não se torne egoísta, e o horizonte dos seus sonhos não se torne pequeno nem mesquinho, mas tenha a grandeza do amor do Coração de Cristo.

Peço ainda pelos casais, para que a sua vida seja um sinal do amor do próprio Jesus pela Igreja.

Peço pelas pessoas solteiras e pelas viúvas, para que sejam generosas. Peço pelos namorados, para que cresçam interiormente. Peço pelos que dedicaram a Deus a sua vida, para que sejam muito alegres, e pelos sacerdotes, para que sejam um instrumento eficaz para a santificação e salvação de todos.

E peço pelos que não O conhecem: como seria bom que, neste Natal, os seus olhos se iluminassem com a luz da fé!

Que a Mãe de Jesus, Santa Maria, Nossa Senhora, nos sorria e nos atraia ao presépio, para oferecermos ao Filho de Deus, o nosso coração e a nossa vida inteira, e espalharmos à nossa volta, neste Natal, a alegria e a esperança de sermos salvos dos nossos pecados e podermos assim começar de novo.

São estes os votos que formulo com amizade a todos os paroquianos, às vossas famílias e a quantos vos são queridos.

Bom Natal a todos vós!

Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro
que anuncia a paz

Associação de Pais do Colégio São João de Brito

David Gerard, O tríptico da Família Serdano

Como receberíamos o mensageiro da boa nova se nos batesse à porta neste momento?

Estarão os nossos corações verdadeiramente preparados para acolher a paz do Reino de Deus, ou haverá neles sombras que mantenham armas de guerra firmes nas nossas mãos?

Estarão os nossos corações isentos da pólvora das palavras que nos saem prontas a ferir?

Será que, como aconteceu com as sentinelas, soltaríamos brados de alegria ao vermos com os nossos próprios olhos a salvação que vem com o Reino de Deus?

O povo de Deus viu beleza nos pés do mensageiro da paz porque se encontrava em desgraça, numa ruína provocada pelos reis terrenos. Mas conseguiríamos nós ver igual beleza nos pés do mensageiro da paz?

Estaríamos dispostos a sermos salvos, com alegria, das armas que carregamos nas mãos e da pólvora que misturamos nas palavras?

No nosso dia-a-dia, encontramo-nos com diferentes mensageiros que nos trazem a paz, mas nem sempre são tão evidentes como o mensageiro que anunciou a boa nova do Reino de Deus.

Em silêncio, pensa, com gratidão, numa pessoa que tenha sido mensageira da paz para ti.

Pedimos-Te, Senhor, que abras os nossos corações aos mensageiros da paz e que nos ajudes a libertarmo-nos do que nos afasta de Ti.

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018