XXXIV Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO
Só Deus salva
Na cruz, Jesus não responde, cala-Se perante as provocações.
E, contudo, a interpelação é relevante: Ele é o Messias, e sabe-o.
Ora, o Messias é Aquele que salvará o mundo; por isso devia salvar-Se a ele mesmo! É a nossa lógica humana, é a lógica dos seus interlocutores.
E é disso que Ele morre: por não ter agido conforme a lógica de quem provocava, às suas ideias sobre o Messias.
Mas Jesus sabe que só Deus salva; Ele espera a sua salvação apenas de Deus.
Marie-Noëlle Thabut
Tempo do Advento
ACI (adaptado)
No próximo Domingo, dia 27 de Novembro, entramos no Advento, que vamos acompanhar durante quatro semanas, até 24 de Dezembro, dia em que começa o Tempo de Natal.
Inicia-se assim o Ano Litúrgico A, durante o qual é seguido especialmente o Evangelho de São Mateus.
O Advento é o tempo de preparação para celebrar o Natal e começa quatro domingos antes desta festa. Além disso, marca o início do novo Ano Litúrgico católico.
Advento vem do latim “ad-venio”, que quer dizer “vir, chegar”.
Muitos católicos sabem do Advento, mas talvez as preocupações no trabalho, os testes na escola, os ensaios com o grupo coral ou teatro de Natal, a arrumação do presépio e a compra dos presentes fazem com que se esqueçam do verdadeiro sentido deste tempo. Por isso, é preciso recordar que a principal preparação neste período deve ser interior, na espera da vinda de Jesus.
No tempo do Advento, faz-se um apelo aos cristãos, a fim de que vivam de maneira mais profunda algumas práticas específicas, como: a vigilância na fé, na oração, na busca de reconhecer o Cristo que vem nos acontecimentos e nos irmãos; a conversão, procurando corrigir os próprios caminhos e andar nos caminhos do Senhor, para seguir Jesus em direcção ao Reino do Pai; o testemunho da alegria que Jesus traz, através de uma caridade paciente e carinhosa para com os outros; a pobreza interior, de um coração disponível para Deus, como Maria, José, João Baptista, Zacarias, Isabel; a alegria, na feliz expectativa do Cristo que vem e na invencível certeza de que Ele não falhará.
Podemos distinguir dois períodos no Tempo do Advento. No primeiro, que se estende desde o primeiro Domingo do Advento até ao dia 11 de Dezembro, aparece com maior relevo o aspecto escatológico, orientando-nos para a espera da vinda gloriosa de Cristo. As leituras da Missa convidam a viver a esperança na vinda do Senhor em todos os seus aspectos: a sua vinda ao fim dos tempos, a sua vinda agora, cada dia, e a sua vinda há dois mil anos.
No segundo período, até 24 de Dezembro, inclusive, a liturgia orienta-se mais directamente para a preparação do Natal. Somos convidados a viver com mais alegria, porque estamos próximos do cumprimento do que Deus prometera. Os Evangelhos destes dias preparam-nos directamente para o nascimento de Jesus.
Com a intenção de tornar sensível esta dupla preparação de espera, a liturgia suprime durante o Advento uma série de elementos festivos. Desta forma, na Missa já não rezamos o Glória. Reduz-se a música com instrumentos, os enfeites festivos, as vestes são de cor roxa (à excepção do 3º, Domingo Gaudete), em que o paramento pode ser de cor-de-rosa) a decoração da Igreja é mais sóbria, etc.
Todas estas coisas são uma maneira de expressar tangivelmente que, enquanto dura o nosso peregrinar, falta-nos algo para que o nosso gozo seja completo. E quem espera, é porque lhe falta algo. Quando o Senhor Se fizer presente no meio do Seu povo, terá a Igreja chegado à sua festa completa, significada pela Solenidade do Natal.
Temos quatro semanas nas quais, de Domingo a Domingo, vamo-nos preparando para a vinda do Senhor.
A primeira das semanas do Advento está centralizada na vinda do Senhor ao final dos tempos. A liturgia convida-nos a estar vigilantes, mantendo uma especial atitude de conversão.
A segunda semana convida-nos, por meio de João Baptista, a “preparar os caminhos do Senhor”; isto é, a manter uma atitude de permanente conversão. Jesus segue chamando-nos, pois a conversão é um caminho que se percorre durante toda a vida.
A terceira semana pré-anuncia já a alegria messiânica, pois já está cada vez mais próximo o dia da vinda do Senhor.
Finalmente, a quarta semana fala-nos do advento do Filho de Deus ao mundo. Maria é figura central, e a sua espera é modelo e estímulo da nossa espera.
Maria partiu apressadamente
Papa Francisco, Mensagem Dia Mundial da Juventude, 20 Novembro 2022 (excertos)
A experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, no mês de Agosto do próximo ano, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade.
Depois da Anunciação, Maria teria podido concentrar-se em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição; mas não! Entrega-se totalmente a Deus! Levanta-se e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projecto possível para a sua vida.
O Senhor impele-nos a sair para a luz, a deixar-se conduzir por Ele para superar o limiar de todas as nossas portas fechadas.
A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. Ela está completamente projectada para o exterior. …e partiu apressadamente!
A pressa de Maria é ditada pela solicitude do serviço, do anúncio jubiloso, duma pronta resposta à graça do Espírito Santo.
Como reajo perante as necessidades que vejo ao meu redor? Busco imediatamente uma justificação para não me comprometer, ou interesso-me e torno-me disponível? É certo que não podeis resolver todos os problemas do mundo; mas talvez possais começar por aqueles de quem está mais próximo de vós, pelas questões do vosso território.
Apressa da jovem de Nazaré é a pressa típica daqueles que receberam dons extraordinários do Senhor e não podem deixar de partilhar, de fazer transbordar a graça imensa que experimentaram. É a pressa de quem sabe colocar as necessidades do outro acima das próprias. Maria é exemplo de jovem que não perde tempo a mendigar a atenção ou a aprovação dos outros, mas move-se para procurar a conexão mais genuína, aquela que provem do encontro, da partilha, do amor e do serviço.