XXIX Domingo do Tempo Comum (PDF) TEXTO

Fé: coragem de servir e gesto de amor

Os discípulos fugiram; Ela não foge. Ela está ali, com a coragem de mãe, com a fidelidade de mãe, com a bondade de mãe, e com a sua fé, que resiste na escuridão: «Feliz daquela que acreditou». «Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará fé sobre a terra?». Sim, agora Ele sabe-o: encontrará fé. E esta é, naquela hora, a sua grande consolação.

Santa Maria, Mãe do Senhor, permanecestes fiel quando os discípulos fugiram. Tal como acreditastes quando o anjo Vos anunciou o que era incrível – que haverias de ser Mãe do Altíssimo – assim também acreditastes na hora da sua maior humilhação. E foi assim que, na hora da cruz, na hora da noite mais escura do mundo, Vos tornastes Mãe dos crentes, Mãe da Igreja.

Nós Vos pedimos: ensinai-nos a acreditar e ajudai-nos para que a fé se torne coragem de servir e gesto de um amor
que socorre e sabe partilhar o sofrimento.

Via sacra, IV estação. Livraria do Vaticano

 

Que sentido tem «insistir» com Deus?

Papa Francisco, Outubro 2013

Nicolas Poussin, Jesus entrega chaves do Reino a Pedro

Trata-se de uma boa pergunta, que nos faz aprofundar um aspecto muito importante da fé: Deus convida-nos a rezar com insistência, não porque não sabe do que nós temos necessidade, nem porque não nos ouve.
Pelo contrário, Ele ouve sempre e conhece tudo acerca de nós, com amor.

No nosso caminho quotidiano, especialmente nas dificuldades, na luta contra o mal fora e dentro de nós, o Senhor não está distante, está ao nosso lado; nós lutamos, tendo-o ao nosso lado, e a nossa arma é precisamente a oração, que nos faz sentir a sua presença ao nosso lado, a sua misericórdia e também a sua ajuda.

Mas a luta contra o mal é árdua e longa, exige paciência e resistência – como Moisés, que devia manter as mãos levantadas para fazer com que o seu povo vencesse.
É assim: há uma luta a empreender todos os dias; mas Deus é o nosso aliado, a fé nele é a nossa força e a oração é a expressão desta fé.
Por isso, Jesus assegura-nos a vitória, mas no final interroga-se: «Mas, quando o Filho do Homem vier, acaso encontrará a fé sobre a terra?».

Se se apaga a fé, apaga-se a oração, e nós caminhamos na escuridão, perdemo-nos no caminho da vida.

Qual é a missão da Igreja?
Propagar no mundo a chama da fé, que Jesus acendeu no mundo: a fé em Deus que é Pai, Amor e Misericórdia.
O método da missão cristã não é do proselitismo, mas da chama compartilhada que aquece a alma.

Rezemos sempre, mas não para convencer o Senhor com a força das palavras!
Ele sabe melhor do que nós do que temos necessidade!
Ao contrário, a oração perseverante é expressão da fé num Deus que nos chama a combater com Ele, todos os dias, em cada momento, para vencer o mal com o bem.

 

Dia Mundial das Missões: A Igreja terá sempre de ir mais longe

Papa Francisco, 23 de Outubro 2022

O Papa assinala na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões (23 de Outubro) que “não existe qualquer realidade humana que seja alheia à atenção dos discípulos de Cristo, na sua missão”.
A Igreja de Cristo sempre esteve, está e estará ‘em saída’ rumo aos novos horizontes geográficos, sociais, existenciais, rumo aos lugares e situações humanos ‘de confim’, para dar testemunho de Cristo e do seu amor a todos os homens e mulheres de cada povo, cultura, estado social.”

No texto, intitulado ‘Sereis minhas testemunhas’, inspirado numa passagem do livro bíblico dos Actos dos Apóstolos (Act 1, 8) o Santo Padre sustenta que a missão será sempre ‘também missio ad gentes’, considerando que “a Igreja terá sempre de ir mais longe, mais além das próprias fronteiras, para testemunhar a todos o amor de Cristo.
Na evangelização, caminham juntos o exemplo de vida cristã e o anúncio de Cristo. Um serve ao outro. São os dois pulmões com que deve respirar cada comunidade para ser missionária.”

Identifica como “fundamental, para a transmissão da fé”, o testemunho de vida dos cristãos.

A mensagem pontifícia sublinha o “carácter universal” da missão dos discípulos de Jesus e a natureza missionária da própria Igreja.

“A missão realiza-se em conjunto, não individualmente: em comunhão com a comunidade eclesial e não por iniciativa própria.
Em última análise, a verdadeira testemunha é o ‘mártir’, aquele que dá a vida por Cristo”, acentua, antes de evocar as “perseguições religiosas e situações de guerra e violência” que afectam hoje muitos cristãos, “constrangidos a fugir da sua terra para outros países.
Estamos agradecidos a estes irmãos e irmãs que não se fecham na tribulação, mas testemunham Cristo e o amor de Deus nos países que os acolhem”.

O Papa acrescenta que a presença dos fiéis de várias nacionalidades “enriquece o rosto das paróquias, tornando-as mais universais, mais católicas.
O cuidado pastoral dos migrantes é uma actividade missionária que não deve ser descurada, pois poderá ajudar também os fiéis locais a redescobrir a alegria da fé cristã que receberam”.

A mensagem conclui com um agradecimento aos “inúmeros missionários que gastaram a vida para ‘ir mais além’, encarnando a caridade de Cristo por tantos irmãos e irmãs que encontraram”.

 

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