V Domingo do Tempo Comum (PDF)  TEXTO

Giotto, Jesus e Maria Madalena

Crer no Evangelho.

Não basta aderir a uma doutrina; é preciso atirar-se para dentro dele, para que a nossa vida seja submersa nele e dele derivem as nossas escolhas.

Caminhando ao longo do lago, Jesus vê… Vê Simão e nele intui Pedro, a Rocha. Vê João e nele perscruta o discípulo das mais belas palavras de amor.

O Mestre olha também para mim; nos meus Invernos vê sementes que germinam, generosidade que desconhecia ter, capacidades de que não suspeitava.

Deus tem para mim a confiança de quem contempla as estrelas ainda antes que se iluminem.

Ermes Ronchi

«Levanta-te!»

São João Paulo II, Discurso de 2/4/1987 aos jovens do Chile, 4.6

Friederich Overbeck, Jesus e a filha de Jairo

Amados jovens, […] só Cristo pode dar a verdadeira resposta a todas as vossas dificuldades! O mundo precisa da vossa resposta, uma resposta pessoal às palavras cheias de vida do Senhor: «Eu te ordeno: levanta-te». Nas situações mais penosas e difíceis, Jesus vem ao encontro da humanidade.

O milagre realizado na casa de Jairo mostra-nos o seu poder sobre o mal. Ele é o Senhor da vida, o vencedor da morte. […] Buscai a Cristo! Contemplai a Cristo! Vivei em Cristo! É esta a minha mensagem: «Que Jesus seja a pedra angular (cf Ef 2,20) da vossa vida e da civilização nova que, em generosa e compartilhada solidariedade, haveis de construir. Não pode haver autêntico crescimento humano na paz e na justiça, na verdade e na liberdade, se Cristo não estiver presente com a sua força salvadora» [Mensagem para as II Jornadas Mundiais da Juventude, 30/11/1986, 3].

O que quer dizer construir a vida em Cristo? Quer dizer deixar-se comprometer pelo seu amor, um amor que exige coerência de comportamento e que a conduta de cada um se adapte à doutrina e aos mandamentos de Jesus Cristo e da sua Igreja; um amor que enche a nossa vida duma felicidade e duma paz que o mundo não consegue dar (cf Jo 14,27), apesar de tanto precisar dela. Não tenhais medo das exigências do amor de Cristo. Temei antes a pusilanimidade, a ligeireza, o comodismo, a procura do próprio interesse, o egoísmo, tudo aquilo que quer calar a voz de Cristo, que, dirigindo-Se a cada um e a cada uma de vós, insiste: «Eu te ordeno: levanta-te» (Mc 5,41).

Contemplai a Cristo com valentia, meditando na sua vida através da leitura sossegada do Evangelho, dirigindo-vos a Ele com confiança na intimidade da vossa oração e nos sacramentos, em especial na Sagrada Eucaristia. […] Se vos dirigirdes a Cristo, ouvireis igualmente, no mais íntimo da vossa alma, os rogos e as solicitações do Senhor, que continua a dirigir-Se a vós, repetindo-vos sem cessar: «Eu te ordeno: levanta-te».

O desejo de caminhar juntos

Cónego José Manuel dos Santos Ferreira

Neste sábado, 5 de Fevereiro, reuniu-se o Conselho Pastoral Paroquial na condição e qualidade de uma reunião sinodal, no contexto do Sínodo 2021-2023.

Aproveitando esta reunião, e antes do momento sinodal propriamente dito, dirigi aos presentes estas breves palavras, que agora tenho o gosto de dirigir, por meio da Folha Informativa e do site da Paróquia, a todos os paroquianos.

A primeira palavra é para realçar, de modo a que não fique esquecido, o empenho que um dedicado grupo de paroquianos colocou – no período mais agudo da pandemia – no esforço por garantir a todos os que se dirigiam à Igreja Paroquial para participar na Santa Missa, sobretudo aos domingos, as melhores condições de segurança, de acordo com as regras sanitárias e as orientações da Conferência Episcopal em vigor à época.

O acolhimento a cada pessoa, o encaminhamento para os lugares disponíveis e mais adequados, e por fim, após as celebrações, o cuidado sempre renovado por garantir a higienização dos bancos da Igreja Paroquial e de todos os espaços de uso comum, constituíram outras tantas tarefas, retomadas domingo após domingo, ao longo de muitos meses, e realizadas com inequívoco sentido eclesial, que nunca agradeceremos suficientemente, e que, estamos certos, Deus aceitou, abençoou e, assim Lho pedimos, continuará a abençoar.

A segunda palavra é para registar a extraordinária realização que foi o recente Bazar de Natal, que foi possível voltar a realizar, depois de uma longa interrupção, devido à pandemia. O trabalho da equipa que preparou e acompanhou a realização do Bazar foi inexcedível, a acção de todas e de cada uma das participantes deste grupo foi incansável, e toda a Paróquia lhes está profundamente agradecida. Também os paroquianos, desde o primeiro momento, sentiram como sua esta causa, como se comprova pela grande afluência ao Bazar, pelas ofertas feitas e pelas aquisições realizadas. A todas as empresas que colaboraram com os seus donativos deve ser também dirigida a expressão do nosso reconhecimento, porque grande parte do êxito do Bazar a elas se deve.
O contributo resultante do Bazar para a amortização da dívida da Paróquia é muito apreciável, e por isso podemos dizer que, mais uma vez, o Bazar de Natal cumpriu a sua missão e realizou o seu objectivo, certamente com a bênção de Deus e com a Sua inspiração e poderosa ajuda.

A necessidade de amortizar a dívida resultante da construção da Igreja Paroquial é inegável, não pode ser esquecida nem ignorada, e continuaremos a ser alertados, pelo menos a propósito do ofertório do primeiro domingo de cada mês, para a necessidade de angariar os fundos necessários para a satisfação das obrigações contraídas. A frequente referência a esta dívida e à necessidade de a amortizar, nos prazos acordados com a entidade bancária de que somos devedores, e que, certamente por muitos anos ainda, continuará a ser feita, não nos deprime nem nos paralisa na nossa vivência comunitária, mas dá-nos um grande sentido de responsabilidade e anima-nos na procura das melhores formas de partilha e entreajuda.

E já não vem longe o Arraial, que reunirá muitos paroquianos e tantas outras pessoas, com este mesmo objectivo, para além do grande gosto de nos encontrarmos, convivermos e fazermos festa, sob a égide dos Santos Populares, no magnífico adro da nossa Igreja Paroquial.

Uma última palavra para o Conselho para os Assuntos Económicos, a quem compete discernir as melhores formas de administrar os bens materiais da Paróquia, e que se tem dedicado, nos últimos anos, com grande empenho e competência, na busca das melhores soluções para o mesmo fim, a amortização da dívida. Não tem sido fácil esta tarefa, mas confio que a perseverança e a dedicação dos membros deste Conselho, na sua missão de avaliar e discernir as situações e de me aconselhar em vista das decisões certas, dará em breve o seu fruto.

A Paróquia de S. Francisco Xavier tem já um longo caminho percorrido e uma fisionomia bem marcada, um espírito comunitário inconfundível e um sentido eclesial muito próprio, que não está nem nunca esteve em risco. O momento sinodal que estamos a viver reforça em nós o desejo de caminhar juntos, e não propriamente por um caminho desconhecido, ou ainda por traçar, mas pelo Caminho que é Aquele que disse de Si mesmo: “Eu sou o caminho, a verdade e a Vida”, Jesus Cristo, em cujas pegadas bem nítidas sobre a terra queremos continuar a colocar os nossos próprios passos.

Com a amizade do vosso prior
Cón. José Manuel dos Santos Ferreira

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018