Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (PDF) TEXTO

Mestra de Fé, de Esperança e de Caridade

Fra Angelico, Apresentação de Jesus no Templo

Maria cooperou com a sua caridade para que nascessem na Igreja os fiéis membros da Cabeça de que é efectivamente mãe segundo o corpo.

Como Mãe, ensina; e, também como Mãe, as suas lições não são ruidosas.

Mestra de fé! Bem-aventurada és tu, porque acreditaste! Assim a saúda Isabel, sua prima, quando Nossa Senhora sobe à montanha para a visitar.

Tinha sido maravilhoso aquele acto de fé de Santa Maria: eis aqui a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.

No nascimento de seu Filho contempla as grandezas de Deus na terra; há um coro de Anjos e tanto os pastores como os poderosos da terra vêm adorar o Menino.

Mas depois a Sagrada Família tem de fugir para o Egipto, para escapar às intenções criminosas de Herodes.

Depois, o silêncio; trinta longos anos de vida simples, vulgar, como a de qualquer lar, numa pequena povoação da Galileia.

Josémaria Escrivá de Balaguer, Amigos de Deus

 

Dia Mundial da Paz 2023

Papa Francisco, Agência Ecclesia (adaptado)

Autor medieval desconhecido, O jardim de Maroa

O Papa Francisco elogia na sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz (01 de Janeiro de 2023) os esforços, por vezes heróicos, que permitiram enfrentar a pandemia, mas sublinha que “o vírus da guerra é mais difícil de derrotar”.

Convida o mundo a “mudar o coração”, no pós-pandemia, destacando que o impacto da Covid-19 tem de reforçar o “sentido comunitário” e de fraternidade, na humanidade.

“Deixarmos mudar o coração pela emergência que estivemos a viver, ou seja, permitir que, através deste momento histórico, Deus transforme os nossos critérios habituais de interpretação do mundo e da realidade”.

A mensagem para a celebração de 01 de Janeiro de 2023 tem como tema ‘Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz’, estabelecendo uma ligação entre a pandemia e a guerra na Ucrânia.
Francisco elogia a resposta do mundo da saúde e das autoridades políticas à crise provocada pela Covid-19, “empenho, nalguns casos verdadeiramente heróico, de muitas pessoas que se deram para que todos conseguissem superar do melhor modo possível o drama da emergência”.

A mensagem alude à falta de segurança laboral, solidão e um “um mal-estar geral, que se concentrou no coração de tantas pessoas e famílias”, com a pandemia, que pôs a descoberto “contradições e desigualdades” da humanidade actual.

“Hoje somos chamados a questionar-nos: o que é que aprendemos com esta situação de pandemia?”, apela o Papa.

O texto considera que a confiança posta no progresso, na tecnologia e nos efeitos da globalização gerou uma “intoxicação individualista e idólatra”.

“Não podemos ter em vista apenas a nossa própria protecção, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura de nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca dum bem que seja verdadeiramente comum”, sustenta Francisco.

Referindo-se à actual situação na Ucrânia, o Papa diz que se trata de uma “derrota” para toda a humanidade.

“Esta guerra, juntamente com todos os outros conflitos espalhados pelo globo, representa uma derrota não só para as partes directamente envolvidas mas também para a humanidade inteira”, refere Francisco.

Numa reflexão dedicada ao mundo pós-pandemia, o Papa lamenta que o mundo enfrente agora “uma nova e terrível desgraça”.

“Assistimos ao aparecimento doutro flagelo – uma nova guerra – comparável em parte à Covid-19, mas pilotado por opções humanas culpáveis”, indica.

Francisco destaca que a guerra na Ucrânia “ceifa vítimas inocentes e espalha a incerteza, não só para quantos são directamente afectados por ela, mas de forma generalizada e indiscriminada para todos, mesmo para aqueles que, a milhares de quilómetros de distância, sofrem os seus efeitos colaterais”.

“Basta pensar nos problemas do trigo e nos preços dos combustíveis”, acrescenta.

“Fere-nos o escândalo dos povos famintos. Precisamos de desenvolver, com políticas adequadas, o acolhimento e a integração, especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas nossas sociedades”, indica o Papa.

O Papa defende que “só a paz que nasce do amor fraterno e desinteressado” pode ajudar a “superar as crises pessoais, sociais e mundiais”.

“É juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos”, escreve.

A mensagem conclui com votos de que todos possam aprender, no novo ano, a “caminhar juntos, valorizando tudo o que a história pode ensinar”.

“Formulo votos de todo o bem aos Chefes de Estado e de Governo, aos Responsáveis das Organizações Internacionais, aos líderes das várias religiões. Desejo a todos os homens e mulheres de boa vontade que possam, como artesãos de paz, construir dia após dia um ano feliz”, refere o Papa.

O Dia Mundial da Paz foi instituído em 1968 por São Paulo VI (1897-1978) e é celebrado no primeiro dia do novo ano com uma mensagem papal.

Vida interior e solidariedade

Irmão Alois, Taizé

Onde podemos encontrar a fonte para uma fraternidade universal, no seio da nossa família humana e com toda a criação? As várias tradições espirituais dos povos da terra amadureceram diferentes respostas.

Para os cristãos, é tempo de aprofundar a compreensão da fé. Não para nos pormos à frente ou dizer que temos a resposta para tudo, mas para nos juntarmos com mais eficácia numa procura comum com os que não querem simplesmente submeter-se ao seu destino, mas escolhem empenhar-se nas grandes questões de hoje.

«Rezar e fazer o que é justo». Esta foi, nos terríveis anos da Segunda Guerra Mundial, a intuição do pastor Dietrich Bonhoeffer. Quando esteve preso, reflectiu sobre o essencial da vida cristã. No meio da tragédia da guerra, ele ergueu-se. Na escuridão do seu tempo, viu com clareza: “A nossa existência cristã consistirá hoje apenas em duas coisas: em orar e praticar o que é justo entre as pessoas.
Qualquer pensar, falar e organizar as coisas do cristianismo tem de renascer desse orar e praticar.

Como traduzir hoje esta intuição? Cada um poderia dar a sua própria resposta. Em Taizé diríamos: aprofundando a nossa vida interior e a solidariedade ou, com outras palavras, alimentando a nossa vida de oração e alargando as nossas amizades…

Para descobrir nas nossas vidas os sinais da presença de Deus, o testemunho de Dietrich Bonhoeffer pode ajudar-nos. Ele estava muito consciente do mal absoluto que operava no seu tempo, mas um impulso interior permitiu-lhe escolher, como tantos outros até hoje, em situações de extrema violência, a esperança e a confiança em Deus, sem perder a esperança na humanidade.

Nas circunstâncias actuais, também nós podemos escolher a confiança. Somos livres para discernir, no nosso mundo, uma luz com origem noutro lugar. Mesmo quando estamos a passar por uma provação, mesmo quando Deus parece não responder ao nosso clamor, essa luz já está a nascer como a estrela da manhã nos nossos corações.

 

J. Kirk. Richards, Glória ao Deus Menino

 

Chama-se dia do Natal do Senhor
a data em que a Sabedoria de Deus
se manifestou como criança
e a Palavra de Deus, sem palavras, imitou a voz da carne.
A divindade oculta foi anunciada
aos pastores pela voz dos anjos
e indicada aos magos
pelo testemunho do firmamento.
Com esta festividade anual
celebramos, pois, o dia
em que se realizou a profecia:
A verdade brotou da terra
e a justiça desceu do céu.

S. Agostinho

 

Arquivo de Folhas Informativas anteriores a 25.11.2018