Domingo V da Quaresma (PDF) TEXTO
Como olho eu para o crucifixo?
Como uma obra de arte, para ver se é bonito ou não? Ou olho para dentro, entro nas chagas de Jesus até ao seu coração? Olho o mistério de Deus aniquilado até à morte, como um escravo, como um criminoso?”
Para explicar o significado da sua morte e ressurreição, Jesus faz uso de uma imagem «Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto».
Quer fazer compreender que a sua vicissitude extrema é um ato de fecundidade que dará fruto para muitos. Este é o mistério de Cristo.
Vai rumo às suas chagas, entra, contempla; vê Jesus, mas a partir de dentro.
Que significa ser o grão de trigo? Pensar menos em si mesmo e saber “ver” e ir ao encontro das necessidades do nosso próximo. Cumprir com alegria obras
de caridade a favor de quantos sofrem no corpo, no espírito é o modo mais autêntico de viver o Evangelho.
Papa Francisco, 2018
Sirvo Jesus
Papa Francisco, 31 de Julho de 2013 (excertos)
Procuro Jesus, sirvo Jesus, porque Ele me procurou primeiro, porque fui conquistado por Ele: e este é o âmago da nossa experiência. Mas Ele é o primeiro, sempre. Quando nós chegamos, Ele já chegou e espera por nós.
Cristo nosso Senhor, Rei eterno, chama cada um de nós, dizendo-nos: «Quem quiser vir comigo deve trabalhar comigo para que, seguindo-Me no sofrimento, Me siga também na glória»: ser conquistado por Cristo para oferecer a este Rei toda a nossa pessoa e todo o nosso cansaço; dizer ao Senhor que queremos fazer tudo para o seu maior serviço e louvor, imitá-l’O suportando também as injúrias, o desprezo e a pobreza.
Deixar-se conquistar por Cristo significa estar sempre orientado para aquilo que está à minha frente, rumo à meta de Cristo, interrogando-se com verdade e sinceridade: que fiz por Cristo? Que faço por Cristo? Que devo fazer por Cristo?
Jesus diz-nos: «Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem sacrificar a sua vida por amor a Mim, salvá-la-á», «Se alguém se envergonhar de Mim…» . E assim por diante.
O convite de Jesus é que nunca nos envergonhemos d’Ele, mas que O sigamos sempre com dedicação total, confiando n’Ele e confiando-se a Ele. Mas olhando para Jesus, sobretudo contemplando Cristo Crucificado, nós experimentamos aquele sentimento tão humano e tão nobre que é a vergonha de não estarmos à altura; consideremos a sabedoria de Cristo e a nossa ignorância; a sua omnipotência e a nossa fragilidade; a sua justiça e a nossa iniquidade; a sua bondade e a nossa maldade.
Pedir a graça da vergonha que deriva do contínuo diálogo de misericórdia com Ele; que nos faz corar diante de Jesus Cristo; que nos põe em sintonia com o Coração de Cristo que Se fez pecado por mim; que põe em harmonia o nosso coração nas lágrimas e nos acompanha na sequela diária do «meu Senhor».
A humildade que nos torna cada dia conscientes de que não somos nós que construímos o Reino de Deus, mas é sempre a graça do Senhor que age em nós; a humildade que nos impele a dedicar-nos inteiramente não ao serviço de nós mesmos ou das nossas ideias, mas ao serviço de Cristo e da Igreja, como vasos de barro, frágeis, inadequados e insuficientes, mas nos quais há um tesouro imenso que trazemos e comunicamos.