O Papa Francisco assina mensagem para celebração anual, evocando vítimas da pandemia e empenho dos profissionais

O Papa defende na sua mensagem para o próximo Dia Mundial do Doente um acesso universal a serviços de saúde, recordando milhões de pessoas excluídas socialmente nos cinco continentes.

“Penso sobretudo nas populações das zonas mais pobres da Terra, onde por vezes é necessário percorrer longas distâncias para encontrar centros de tratamento que, embora com recursos limitados, oferecem tudo o que têm disponível”, indica Francisco.

A mensagem para a celebração anual de 11 de Fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, tem como tema ‘«Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36). Estar ao lado de quem sofre num caminho de amor’.

“Há ainda um longo caminho a percorrer para garantir a todos os doentes, mesmo nos lugares e situações de maior pobreza e marginalização, os cuidados de saúde de que necessitam e, também, o devido acompanhamento pastoral”, adverte.

O Papa recorda quem deixa de receber cuidados de saúde por causa da “exclusão social ou pelas dificuldades no tratamento dalgumas patologias”.

“Em tais situações, são sobretudo as crianças, os idosos e as pessoas mais fragilizadas que pagam o preço mais alto”, precisa.

Francisco lamenta a falta de disponibilidade de vacinas contra a Covid-19, nos países mais pobres, a que se soma a “falta de tratamentos para patologias que requerem medicamentos muito mais simples”.

Ainda há um longo caminho a percorrer e, nalguns países, receber adequados tratamentos continua a ser um luxo”.

O XXX Dia Mundial do Doente vai ser celebrado no Vaticano e não Arequipa, no Perú, por causa das limitações impostas pela pandemia.

Francisco – que em 2021 esteve internado durante 10 dias, após uma intervenção cirúrgica – deixa votos de que esta jornada ajude todos a “crescer na proximidade e no serviço às pessoas doentes e às suas famílias”.

“Como não recordar os numerosos doentes que, durante este tempo de pandemia, viveram a última parte da sua existência na solidão duma Unidade de Cuidados Intensivos, certamente cuidados por generosos profissionais de saúde, mas longe dos afectos mais queridos e das pessoas mais importantes da sua vida terrena?”, realça.

A mensagem destaca os avanços da ciência médica e sublinha a importância dos profissionais de saúde.

“O vosso serviço junto dos doentes, realizado com amor e competência, ultrapassa os limites da profissão para se tornar uma missão. As vossas mãos que tocam a carne sofredora de Cristo podem ser sinal das mãos misericordiosas do Pai. Permanecei cientes da grande dignidade da vossa profissão e também da responsabilidade que ela acarreta”, refere o Papa.

Francisco sublinha que “o doente é sempre mais importante do que a sua doença”, pelo que “qualquer abordagem terapêutica não pode prescindir da escuta do paciente”.

A mensagem elogia ainda o papel instituições sanitárias católicas, que combatem a “cultura do descarte”.

“Estas estruturas, como casas da misericórdia, podem ser exemplares na salvaguarda e no cuidado de cada existência, mesmo a mais frágil, desde o próprio início até ao seu termo natural”, pode ler-se.

O Papa apela ao empenho de todos os católicos no campo da Pastoral da Saúde, a começar pelas visitas aos doentes, e conclui com uma oração por todos os profissionais do sector.

O texto da Mensagem pode ser encontrado aqui.

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